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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um oásis no marasmo crônico esportivo


Escrevi dois posts atrás sobre a chatice que está o futebol. Uma chatice que se replica em outras esferas que envolvem o esporte, como mesas redondas, debates esportivos e programas de rádio ou TV. São formatos que, mesmo involuntariamente, caem na mesmice e no previsível, com algumas poucas exceções. E uma grata exceção é o "Rock Bola", que exatamente hoje completa nove anos de vida. Para quem não é do Rio, trata-se de um programa de rádio veiculado pela Oi FM - mas também disponível na internet no site da emissora (www.oifm.com.br).

Irreverente pela própria natureza, a produção reúne um representante de cada time grande carioca para debaterem como se fossem torcedores em uma mesa de bar. Despojados e irônicos, fogem (felizmente!) da chatice do policitacemente correto. Não têm qualquer preocupação com formalidades - nem mesmo na hora dos anunciantes - e o melhor: o âncora Alexandre Araújo, Toni Platão (Flu), Waguinho (Vasco), Tavares (Fla), Lopes Maravilha (Botafogo) e o repórter BB Monstro não se levam extremamente a sérios como a maioria dos cronistas esportivos – não estou dizendo que eles não são sérios, me refiro ao contexto do programa (olha eu agora como um chato politicamente correto).

Me lembro a primeira vez que ouvi o "Rock Bola", acho que lá por 2002. Era na extinta Rádio Cidade (mesmo dial da Oi FM atualmente) e tinha Escobar como âncora (que levou seu bom humor, improviso e irreverência de forma brilhante para a TV Globo, na minha singela opinião) e Ivo Meireles como comentarista do Fla. Me recordo bem que estava em um estacionamento de supermercado à espera da minha mãe quando escutei pela primeira vez o programa e dei muitas gargalhadas. Parecia um doido dentro do carro. E pensei na hora: "Caramba, é isso. O torcedor quer isso, se identifica com isso". Achei genial. Hoje eles têm um espetáculo, o "Talk Show de Bola", em cartaz no Teatro dos Grandes Atores, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, além de um site (www.rockbola.com.br).

Durante esses nove anos ouvi muita gente comentar que o formato do "Rock Bola" se parecia muito com o "Rock Gol", da MTV. Pode ser, mas acho que o programa de TV não tinha a mesma dose de irreverência e do politicamente incorreto. Muitos também apostaram que o programa não ia se sustentar nem durar. Com o fim da Rádio Cidade, ficarem um tempo fora do ar, chegaram a fazer o programa na FM O Dia, mas encontraram novamente seu lugar na Oi FM. Eu como ouvinte quase assíduo desses nove anos posso dizer que os caras não perderam a mão, se reinventam e continuam comentando futebol com um enfoque que cativa o torcedor, que diverte, que anima, que provoca o rival. Pois esse é o espírito do futebol. Parabéns ao "Rock Bola". E que os programas de rádio e de TV esportivos incorporem um pouco desse jeito mais "jocoso", como diria Lopes Maravilha.

Foto: Site do "Rock Bola"

Um comentário:

  1. Campeonato Carioca só tem graça pro Vasco, que não sabe o que pode acontecer a cada rodada. Os outros times grandes do Rio só jogam com os pequenos pra cumprir tabela.

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