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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rock Latino Americano – Muito além do idioma


Antes de mais nada, quero deixar claro que não sou músico, tampouco crítico de música ou jornalista especializado em música. Meu gosto musical, aliás, é bem preguiçoso, restrito, um pouco eclético, mas bastante seletista, do tipo que não ouve determinado ritmo nem que seja pago para isso. Só que as andanças a trabalho ou a passeio por países da América do Sul despertaram uma curiosidade sobre o rock cantado em espanhol nos nossos "vizinhos" – alguns próximos, outros nem tanto.

É notória uma barreira cultural entre o Brasil e os demais latino-americanos. Uma barreira construída pela língua, naturalmente. É verdade que na literatura temos diversos autores geniais traduzidos para o português, como Eduardo Galeano, Mario Vargas Llosa, García Marquez, Mario Benediti, entre outros. Mas com a música não há tradução e só absorvemos praticamente o rock cantado em inglês. O Manu Chao pode ser até uma exceção. Apesar de ser francês, ele traz em suas canções, além do protesto e das críticas sociais e políticas diretas, uma latinidade autêntica. Assim como uma mistura de ritmos envolventes, entre eles o rock.

Foi o Manu Chao, aliás, quem despertou meu ouvido para ritmos latinos que fugissem dos gêneros tradicionais de cada país. Influência direta da minha mulher, fã do cantor, apesar de eu ter assistido a um show dele acho que no Circo Voador alguns anos atrás. Pois bem, passei a garimpar, em cada viagem, grupos de rock nativos. Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai. Em todos esses lugares sintonizo estações e vou a lojas de discos garimpar e conhecer as propostas de rock cantado em espanhol. Depois, foi a vez de passear pela bendita internet para ir além e pesquisar outras bandas do gênero no México, Peru, Equador, Venezuela e em outros países.

E a Internet é a grande aliada nessas minhas aventuras musicais leigas pelo rock latino-americano. Graças a ela que vou fazer uma espécie de série aqui no blog para falar de algumas bandas interessantes que encontrei no mundo virtual. Hoje começarei pelo México, país com vários grupos dos mais diferentes gêneros. Mas reafirmando que minha "análise" de bandas, comentários e históricos serão bem sutis e sem quaisquer pretensões de analisar profundamente as tendências ou ritmos empregados pelas bandas.

Ou seja, nada de discografias extensas e análises conjunturais. Até porque, em meia hora de navegação na internet pode-se descobrir muito sobre qualquer banda do planeta. São posts apenas que gostaria de compartilhar e mostrar que há rock além da pronúncia inglesa. E muito mais perto do que a gente imagina.

Café Tacvba (México)

Se lê "Café Tacuba" mesmo. Na verdade, o grupo criado em 1989 é um dos mais populares na América Latina. Formada por Rubén Albarrán (voz e guitarra), Emmanuel "Meme" del Real (guitarra, piano e vocais), Joselo Rangel (guitarra e vocais) e Quique Rangel (baixo e guitarra), a banda se inspirou em um restaurante de mesmo nome no centro histórico da Cidade do México – que hoje é uma loja de café –, mas mudou a escrita para evitar problemas legais. Como a maioria dos conjuntos mexicanos de rock, várias de suas músicas têm clara influência de ritmos indígenas, muito bem utilizados em algumas canções como "Las Persianas". Mas há também referências a outros ritmos, como reggae, hip-hop, música eletrônica e ska. De modo geral, é considerada uma banda de rock alternativo. Pode ser, mas de qualquer forma se percebe diferenças de estilos variados.

Isso fica claro em músicas como "Amor Divino", "Como te Extraño Mi Amor", "Maria", "Esa Noche", "Las Flores" e "La Ingrata". Mas minhas preferidas são "Eres", "El Aparato", "Déjate Caer" e "Oye Carlos". "Avientame" é uma bela melodia voz e violão, que faz parte da trilha sonora do filme "Amores Brutos", alías, uma excelente produção mexicana dirigida por Alejandro González-Iñárritu. Eles também emplacaram "Insomnio" no longa-metragem "E sua Mãe Também", de Alfonso Cuarón.

Mas há uma infinidade de vídeos e canções do Cafe Tacvba que podem ser explorados. É possível degustar de várias canções da banda no My Space (www.myspace.com/cafetacvba). Além disso, o clipe de "Ingrata" é bastante divertido e mostra essa pluralidade do conjunto (confira esse vídeo no You Tube aqui). E logicamente eles estão no Twitter (twitter.com/#!/cafetacvba) e no Facebook (facebook.com/cafetacvbaoficial). O grupo também tem uma página oficial (www.cafetacuba.com.mx) onde tem destaque "Seguir Siendo", documentário sobre a banda, com direito a trailer e making of.

O Café Tacvba gravou nove discos, sendo que "Re", de 1994, é apontado por muitos críticos como o melhor da banda. Segundo a MTV, foi considerado um dos mais criativos álbuns dos anos 90, devido ao mix de estilos apresentados no disco. Por falar em Music Television, o grupo tem um CD/DVD "Umplugged MTV", gravado em 1995, mas lançado apenas em 2005 - nesse mesmo ano chegou ao mercado um álbum ao vivo "Un Viaje".

Semana que vem tem mais sobre algumas bandas do Rock Latino-Americano! Até lá!

Foto: Divulgação


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