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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Lá vem o pato


Não foi você quem causou a crise. Odeio começar qualquer texto com negativa, mas para tal assunto não (olha ele novamente) tem jeito. Não foram os trabalhadores os motivadores das turbulências econômicas que varrem a Europa, sacodem os Estados Unidos e respingam nas tais nações emergentes. Os caras que batem ponto todos os dias nas fábricas e empresas da Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda e Itália não têm culpa alguma. Mas são eles quem vão pagar o pato. Na velha lógica do capitalismo arcaico, a corda oportunamente só arrebenta do lado mais fraco.

Nessa ciranda da crise econômica global, os poderosos brincam de banco imobiliário com o mundo. Os governantes pedem empréstimos esquecendo que a zona do Euro só tem moeda unificada – os juros continuam “independentes” –, as autoridades gastam aos borbotões e os especuladores deslocam suas fortunas ao seu bel-prazer. Sem qualquer regulamentação ou disciplina, sem gerar qualquer riqueza, produtividade ou emprego, podem quebrar um país com um simples clique no computador.

A solução mais prática, obviamente, é adotar os tais planos de austeridade. Benefícios sociais (que são obrigação de qualquer estado democrático) são expurgados, salários são reduzidos... tudo em nome da austeridade e para garantir ao investidor – aquele mesmo que, da sua cadeira, só lucra sem gerar qualquer riqueza – que ele pode continuar investindo ali.

O raciocínio é esse: um dos geradores da crise têm de ter garantido o seu ganha-pão. Quem vai para o sacrifício é a base da pirâmide. Mas será que cortando empregos e salários se salva uma economia?

Austeridade deveriam ter os governantes e investidores mundiais. Ética, disciplina e compromisso com quem move as economias mundo afora também não seria nada mal para esta turma. Aguardemos os próximos capítulos pois a crise não começou agora. Nem vai parar amanhã.

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